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Neurose Obsessivo-Compulsiva


Publicado em 5 de março de 1998

Neurose caracterizada por ideações irracionais impostas ao consciente ou então constituídas de atos ritualísticos.

Obsessão é processo ideativo persistente e irreal, imposto ao consciente contra a vontade do indivíduo.

A obsessão pode aparecer em forma de dúvida, de surto de horríveis tentações, de obsessão de responsabilidade ou de repetições obsessivas.

Na forma de dúvidas, o indivíduo não confia nem em sua percepção, nem em sua memória.

Na forma de surto de horríveis tentações, estabelece todo um conflito em cima de um fato irreal e, montado nele, organiza atos ritualísticos para se livrar das ideias obsessivas que o atormentam. Um exemplo clássico deste tipo de obsessão é a superstição e seus rituais, os talismãs e adorações.

Na forma de obsessão de responsabilidade, o neurótico sente-se responsável por tudo o que pode acontecer, por danos à pessoas, bens materiais e, por isso, torna-se um eterno vigilante.

Na forma de repetições obsessivas, o indivíduo repete constantemente e para si mesmo, frases ou versos musicais que expressam a ideia que o persegue.

A compulsão é o ato ritualístico dito. É o ritual organizado partindo da ideia obsessiva, deslocando o conflito para situação real ou simbólica que irá aliviar o indivíduo de sua obsessão.

Na neurose obsessivo-compulsiva existe o emprego de formação reativa, ou seja, utiliza sentimentos de complexos afetivos diametralmente opostos, atitudes contrárias, tais como o desejo de sujar-se e a preocupação com a limpeza.

Na etiologia da neurose obsessivo-compulsiva temos o padrão de personalidade, os fatores ambientais e, basicamente, o conflito eterno entre controle e descontrole.

Psicanaliticamente falando, o obsessivo-compulsivo tem superego hipertrofiado e hiper-atuante que reprime quase todos impulsos do ID.

A neurose obsessivo-compulsiva pode, além de confundir-se com a esquizofrenia, camuflar os sintomas desta.
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