Um pouco de história
Publicado em 5 de março de 1998
Durante milênios os homens vêm se
preocupando com os fenômenos da mente, em especial com os estados
alucinatórios onde o sujeito, em surto, afirma estar em contato com
deuses, espíritos ou demônios, fazendo, muitas vezes, seus
semelhantes ou acreditarem nele e o venerarem, ou então, puni-lo e
até mesmo eliminá-lo da sociedade por meio de banimento ou morte.
Os primeiros povos a atribuir uma causa orgânica aos distúrbios
mentais, foram os egípcios. Acreditando eles que a loucura era
causada por uma espécie de pedra (podendo ser o giro do cíngulo,
pois, o mesmo apresenta aspecto caloso), surgida no cérebro dos
doentes e, para acabarem com a doença, faziam verdadeiras
neurocirurgias, das quais se tem comprovação pelo exame do crânio de
múmias submetidas, a sua época de vida, a este tratamento e,
conforme constatação da cicatrização óssea do campo operatório, o
paciente havia sobrevivido ao ato cirúrgico. Esta teoria e modo de
tratamento perdurou até a idade média.
Os gregos se contrapuseram à teoria egípcia dizendo que a causa da
loucura era devida ao ambiente e à natureza e prescrevia como
tratamento a internação em casas ou mesmo estâncias onde os doentes
faziam exercícios, caminhadas, banhos em fontes térmicas, jogos e,
especialmente, estudos e discussões filosóficas. Estes locais de
tratamento foram os Asclépios, os primeiros hospitais de que se tem
notícia.
Seguiram a esses dois pressupostos e métodos, séculos de discussões
durante os quais duas correntes se digladiaram: a corrente
organicista, de inspiração egípcia e a corrente ambientalista, de
origem grega, até que ao final do século XIX Sigmund FREUD propôs
uma teoria, a Teoria do Complexo de Édipo, que foi o ponto de
partida para as mais recentes descobertas científicas.