Citologia endometrial

É usual ver células endometriais no esfregaço cervicovaginal relacionadas à menstruação e exemplos são mostrados no Capítulo 1. Na presença de adenocarcinoma do endométrio a esfoliação profusa no diagnóstico de células malignas ocorre em, talvez, 20% dos casos; em outros 20% pode não haver esfoliação e nenhuma característica para causar suspeitas de patologia endometrial. Na maioria restante, embora células diagnosticadas não sejam vistas, pode haver características as quais indicam a necessidade de investigação adicional. O diagnóstico final deve ser histológico.

Esfoliação de células endometriais malignas pode ser muito escassa, assim, exame meticuloso de tais células é essencial. Por esta razão muitos laboratórios fazem na sua prática um exame duplo de todos os esfregados quando há uma história clínica de sangramento irregular ou pós-menopáusico.

As características que causariam suspeita de patologia endometrial são as seguintes:

1 A presença de células endometriais normais após a menopausa e, em uma extensão menor, células endometriais normais não relacionadas à menstruação, em uma mulher que é ainda cíclica.

2 Um padrão celular apresentando um efeito estrogênico em uma mulher pós-menopáusica. Isto pode ser causado também por tumores do ovário e mama.

3 A presença de células endometriais discarióticas. Em muitos casos de adenocarcinoma bem diferenciado, as células achadas no esfregaço podem não mostrar nenhuma anormalidade maior da que seria esperada com reação ou hiperplasia.

Problemas diagnósticos

Caso 1: Esfoliação escassa

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264 Fragmento maligno perdido. Este campo ilustra um esfregaço infectado com muitos polimorfos presentes. No aumento do exame o fragmento maligno no centro do campo é difícil de ver e foi perdido no exame original. Reexame meticuloso não mostrou outras células malignas. (x 125 )

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265 Fragmento maligno perdido. Em grande aumento este pode ser identificado como um fragmento maligno. (x 620)

Caso 2: Efeito estrogênico e restos endometriais

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266 Restos endometriais. Este esfregaço foi retirado de uma mulher com sangramento pós-menopáusico. Um efeito estrogênico é mostrado pelo padrão celular, mas, além disso, há uma faixa de restos amorfos com polimorfos e outras células degeneradas. Esta característica tem sido descrita nos casos de câncer endometrial, mas seriam tratados com cautela, como a presença de restos e necrose refletem desgaste tecidual que pode também ocorrer com endometrite severa ou ulceração. Neste exemplo a curetagem confirmou a presença de adenocarcinoma do endométrio. (x 125)

Caso 3: Um caso de endometrite para comparação

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267 Restos endometriais. Este campo mostra um quadro semelhante, mas menos acentuado. Há um fundo seroso com glóbulos vermelhos e células reativas degeneradas com nucléolos evidentes. (x 160)

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268 Células colunares degenerativas: aspirado endometrial. Este campo de um aspirado endometrial contém uma faixa de células colunares hiperplásticas degeneradas. (x 160)

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269 Endometrite: curetagem. Curetagem mostrou endometrite. Notar as glândulas escassas, algumas das quais estão desfeitas e o estroma infiltrado por células inflamatórias. (H & E, x 80)

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270 Endometrite: curetagem. Em aumento maior o estroma apresenta-se vascular com uma reação linfocítica a qual infiltra a superfície do epitélio colunar. (H & E, x 160)

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