Nos
capítulos
anteriores, foi feita uma tentativa para ilustrar o alcance dos
aspectos citológicos encontrados nos tipos celulares
específicos e também com diferentes
lesões patológicas. Este capítulo
apresenta casos de maior extensão para ilustrar
várias áreas problemáticas na
citologia ginecológica. Estas incluem a necessidade de
reconhecer os múltiplos tipos de células anormais
na lesão combinada, a falha aparente da
correlação cito-histológica e o
diagnóstico diferencial nas lesões de pequenas
células indiferenciadas.
Lesões
combinadas
Dois casos que caem dentro desta
categoria são
ilustrados na seção “casos
variados” do Capítulo 6.
Caso 1: Adenocarcinoma da cérvix com
NIC III
O
esfregaço
cervical neste caso contém células escamosas
discarióticas bem diferenciadas com células
colunares malignas e discarióticas. O reconhecimento de
células colunares malignas é importante, pois
células colunares discarióticas podem sobrepor a
uma lesão NIC. Neste caso elas poderiam ser provenientes da
periferia do adenocarcinoma.
356.
Células escamosas discarióticas.
Este campo mostra uma célula escamosa queratinizada,
severamente discariótica com alguma
degeneração nuclear. (x 160)
357.
Célula escamosa discariótica.
Em
outro lugar do esfregaço, e em aumento maior, os
núcleos deste grupo de células
discarióticas mostram degeneração
hidrópica. Há também
condensação degenerativa da cromatina,
particularmente abaixo da membrana nuclear. (x 400)
358.
Célula escamosa discariótica.
Esta
célula discariótica isolada mostra
granulação grosseira da cromatina, com
pregueamento degenerativo da membrana nuclear. Apesar da
presença de pequenos vacúolos no citoplasma, as
bordas citoplasmáticas são nitidamente
demarcadas. (x 400)
359.
Células glandulares discarióticas.
Este grupo de células glandulares discarióticas
mostra pleomorfismo com núcleo excêntrico,
citoplasma flocular e nucléolo proeminente. (x 160)
360.
Células glandulares discarióticas.
A primeira vista este grupo, em aumento maior, poderia ser de
células escamosas metaplásicas pois alguns dos
núcleos estão dispostos centralmente, o que
sugere que estas são células escamosas. Contudo,
o nucléolo vermelho proeminente, isolado, colocado
centralmente aponta para uma origem glandular. O padrão de
cromatina nuclear é uniformemente granular, assim as
células não podem ser chamadas mais do que
discarióticas (pré-invasiva). Notar
também o citoplasma floculado ficando como
células glandulares. (x 400)
361.
Célula glandular discariótica isolada.
Esta única célula é semelhante, mas
existe uma sugestão de clareamento no padrão de
cromatina nuclear. (x 400)
362.
Células glandulares malignas.
Em outro lugar
do esfregaço, grupamento de células glandulares
são encontrados mostrando critérios de
malignidade. Notar o borramento das bordas citoplasmáticas e
condensação irregular da cromatina, ambas no
núcleo e na membrana nuclear. Como antes, a maioria dos
nucléolos são isolados e colocados centralmente,
mas eles variam no tamanho e na forma. (x 400)
363.
Células glandulares malignas.
O
diagnóstico de adenocarcinoma é confirmado por
esta estrutura tubular achada em outro lugar do esfregaço.
(x 400)
364.
Espécime da histerectomia.
O corpo do
útero é visto à direita da fotografia
e o lábio posterior da cérvix é
substituído por um tumor com necrose superficial. Este era o
adenocarcinoma e no lábio anterior liso que se encontra
acima, foi achado NIC III extenso do tipo queratinizado bem
diferenciado.
365.
NIC III (queratinizante): lábio anterior da
cérvix. Este
corte ilustra pleomorfismo e um
padrão de crescimento desordenado através da
espessura do epitélio. As papilas dérmicas
estão dispostas irregularmente e embora o lábio
anterior da cérvix fosse normal no exame a olho nu, um
padrão vascular anormal teria sido visto colposcopicamente
se esta investigação tivesse sido
disponível quando este caso foi diagnosticado e tratado. (H
& E, x 40)
366.
NIC III (queratinizante): lábio anterior da
cérvix. Este
corte em aumento maior permite
comparação das células superficiais
com aquelas vistas no esfregaço cervical. Notar a
coilocitose nas camadas mais profundas do epitélio. (H
& E, x 160)
367.
Adenocarcinoma: lábio posterior da cérvix.
Cortes retirados do tumor localizado no lábio posterior da
cérvix mostram um adenocarcinoma moderadamente diferenciado
do tipo endocervical. (H & E, x 40)
368.
Adenocarcinoma: lábio posterior da cérvix.
Em aumento maior é possível comparar a morfologia
celular com esta das células glandulares malignas vistas no
esfregaço cervical. Notar as semelhanças do
padrão de cromatina nuclear e aquela dos
nucléolos. (H & E, x 160)