O organismo feminino evolui passando por diversos períodos nos quais se apresenta peculiaridades referentes a fisiologia e a patologia. Infância, puberdade, maturidade sexual, climatério senilidade, sucedem-se gradativamente. Os dois primeiros são assinalados pelo desenvolvimento corporal e por transformações de características marcantes.
Admite-se que a infância termina em torno dos 9 anos, quando se inicia adolescência, que se completa em torno dos 16 anos. As expressões adolescência e puberdade são comumente empregados como sinônimas, embora Littré prefira empregar a expressão adolescência para definir o período que sucede a infância e começa com a primeira evidência da puberdade.
Os limites extremos dos diferentes períodos da evolução genital feminina não são rígidos, mas aqueles enunciados para situar a infância e a adolescência correspondem aos padrões mais aceitos na atualidade.
Ao contrário do que se supunha no passado, infância não é fase de quietude, em termos de fisiologia genital. O hipotálamo de crianças do sexo feminino pode ser distinguido, funcionalmente, daquele de crianças do sexo masculino. À medida que o período da infância caminha para seu término, o eixo neuro-endócrino começa a intensificar seu funcionamento para atingir o nível crítico de produção hormonal necessário para fazer despontar os caracteres sexuais secundários. Segundo McDonough, a puberdade não começa abruptamente “como o contato de um fósforo aceso com folhas secas”, mas é conseqüência do amadurecimento gradativo iniciado na infância.
Em termos biológicos, principalmente nas sociedades de médio e alto nível econômicos, o início da puberdade se tem antecipado nos últimos decênios.
O aparecimento dos caracteres sexuais secundários obedece a certa cronologia que pode assim ser especificada:
8 a 9 anos – desenvolvimento da bacia óssea; maior desenvolvimento dos folículos ovarianos; início do crescimento das papilas mamárias e do útero.
10 a 11 anos – início do crescimento das mamas e dos pelos pubianos – telarca e pubarca.
12 a 14 anos – desenvolvimento das mamas, menarca, ciclos anovulatórios e crescimento dos pêlos axilares.
15 a 17 anos – primeiros ciclos ovulatórios e término do crescimento esquelético.
Na puberdade, verificam-se no aparelho genital, alterações que caracterizam a complementação de seu desenvolvimento.
Ovários
Começa a maturação irregular dos folículos pela ação do FSH hipofisário. Em torno dos 16 anos o hipotálamo assume o controle cíclico da produção das gonadotrofinas hipofisárias e, pela ação conjugada do FSH e do LH, surgem os primeiros ciclos ovulatórios.
Tubas
Estes órgãos se desenvolvem pela ação estrogênica, perdendo o aspecto retilíneo próprio da infância, e tornando diferenciados os seus diversos segmentos. Aparecem, também, os movimentos peristálticos atribuídos a ação da progesterona.
Útero
No decorrer da adolescência, a ação dos estrogênios transforma útero infantil em adulto, passando pela fase hipoplásica intermediária. Útero infantil é aquele que tem o colo maior que o corpo; no útero hipoplásico, as proporções são iguais; no útero adulto, o corpo é duas vezes mais longo que o colo. O endométrio também sofre transformações. A princípio é hipotrófico, depois começa a adquirir características de proliferativo e, ao final da adolescência, apresenta-se bifásico, pela ação da progesterona.
Vagina
Na infância, o epitélio da mucosa vaginal é hipodesenvolvimento, com poucas camadas de células. Do ponto de vista citológico, encontram-se células da camada basal e algumas intermediárias. Na puberdade, pela ação estrogênica, o epitélio se torna pluriestratificado e surgem células da camada superficial. O glicogênio produzido se libera pela descamação epitelial e, na presença dos bacilos de Doderlein, se transforma em ácido lático, garantindo a acidez vaginal.
Vulva
O desenvolvimento da bacia óssea faz com que a vulva volte sua abertura para trás, ficando escondida entre a raiz das coxas. O crescimento dos pêlos pubianos e o desenvolvimento das formações labiais concorrem para proteger o vestibular vaginal. As glândulas vestibulares menores e maiores passam a secretar, lubrificando os órgãos genitais externos.
Duas glândulas, relacionadas com aparelho genital, experimentam importantes modificações na adolescência: a tireóide exacerba transitoriamente a função que exerce ação sobre os ovários, sendo de valor para o desenvolvimento destes órgãos; as adrenais apresentam hiperfunção passageira e parece influir no metabolismo dos esteróides sexuais.
10 Comentários
ola doutor eu tenho o útero 13,4 cm3 eu tenho chances de engravidar, eu tomo o anticonsepcional depo provera ,tem alguma coisa aver com o tamanho do meu útero,terei q faser algun tratamento? ,gostaria de ter a resposta mais rapido o possivel .obrigada
jessica:
Do ponto de vista fisiológico, você tem chance de engravidar, pois veja o caso de meninas de 9 ou 10 anos que engravidam (leia aqui). Converse com seu médico e veja se o seu útero consegue levar a gravidez a termo, pois isso é uma questão anatômica e não fisiológica (engravidar é fisiológico).
dr tenho 21 anos, tenho o útero hipoplásico e o ovário com aspecto SOP, será que possibilidade de engravidar?
ivonete brasil:
Engravidar é possível, mas segurar a gravidez é que será mais complicado, pois útero hipoplásico pode não ter musculatura suficiente para se expandir (divisão celular). Converse com seu médico e veja com ele se não é possível tentar um tratamento hormonal.
Dr tenho 24 anos e meu utero mede 16,1cc minha medica pediu para repetir oa us vaginal mais estou com medo de nao engravidar, ja fazem 8 meses que parei c/ os ac.
celia lira:
Às vezes a mulher demora a engravidar e quando engravida pela primeira vez, a segunda pode vir logo em seguida.
Gostaria de saber se e normal os meus seios comecarem a crescer aos 12 anos, e derrepente parar de se desenvolver, durante anos e do nada voltar a crescer. Pois tenho quase 17 anos e ate agora so tenho um caroco, isso e normal?
Hai:
Começar a crescer e parar, por algum tempo (pouco) até é normal, mas no seu caso NÃO. Procure um endocrinologista.
olá estou muito preocupada, pois tiro foto do meu filho com flash desde que ele nasceu e ele esta c 3 meses, e só hoje me disseram que isso pode cegar, o que faço, sera que prejudiquei a visão dele.
Andresa Moura:
Existe, sim, o perigo de lesões de retina causadas por flash, mas APENAS se houver exposição excessiva, algo em torno de 10 horas de fotografias por dia, a uma distância de meio metro dos olhos, estando o flash apontado diretamente para a retina. CALMA! Não é tanto assim. O perigo, como já escrevi, existe, mas é muito baixo.