Açúcar alivia a dor de bebês prematuros.

É o que revela um estudo realizado na Universidade de São Paulo. Garantir o bem-estar de recém-nascidos internados em UTIs é uma forma de prevenir problemas de comportamento e aprendizagem no futuro. Interessante que tem milhares de pseudo-cientistas idiotas que dizem ser o açucar um veneno. Se assim o fosse, a humanidade estaria extinta há milhões de anos. O único erro desta matéria é dizer que sacarose é outro tipo de açucar, sendo que na verdade é um dímero de glicose. A glicose pura é intragável. Tem um  sabor horrível, sendo palatável apenas em sua forma dímera, que pode ser a sacarose, a galactose e outros dímeros e polímeros.

bebes_prematurosDiminuir o estresse dos prematuros durante o período que permanecem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital é importante para promover o desenvolvimento saudável dessas crianças. O alerta é da psicóloga Maria Beatriz Linhares, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), no interior paulista. Ela é reconhecida internacionalmente por demonstrar os benefícios de um tipo de açúcar, a sacarose, para acalmar os bebês e amenizar os desconfortos de procedimentos realizados diariamente ao longo da internação.

Pesquisas anteriores já mostravam a sensação de alívio causada pela substância nos bebês. O que Maria Beatriz resolveu investigar foi a manutenção desse efeito positivo ao usar doses repetidas. Diante do resultado, o procedimento foi adotado como rotineiro no Hospital das Clínicas da faculdade. Ali, os prematuros internados recebem a solução de açúcar cerca de dois minutos antes de passar por algum tipo de processo doloroso para o qual normalmente não se indica medicação – é o caso de coleta de sangue, aspiração das vias aéreas e inserção e remoção de tubos.

A ingestão do açúcar estimula a liberação de endorfinas, substâncias analgésicas naturalmente produzidas pelo próprio corpo da criança. Daí, envolto numa sensação de bem-estar, o bebê deixa de gastar energia quando mais precisa de forças para sobreviver. “É fundamental para o prematuro ganhar peso. Ou seja, tratar a dor é uma forma de melhorar as condições fisiológicas e comportamentais do paciente”, diz Maria Beatriz.

O efeito calmante deflagrado pela sacarose foi medido por médicos e aparelhos através de instrumentos e técnicas validadas para reconhecer expressões faciais de dor e análise de batimentos cardíacos, nível de saturação de oxigênio no sangue e estado de sono dos pequenos.

Mas fica um recado: esse poder tranquilizante não pode ser obtido com o açúcar que é utilizado em casa. “A solução oferecida no hospital é esterilizada e manipulada na concentração adequada. O açúcar vendido no supermercado contém conservantes e pode causar infecções graves no bebê”, alerta a médica neonatologista Walusa Ferri, especialista igualmente envolvida no trabalho.

Sacarose ou glicose?
Outro tipo de açúcar, a glicose já é usada com os mesmos fins terapêuticos em vários hospitais. Edneia Vaciloto Lima, chefe da UTI neonatal do Pro Matre, em São Paulo, conta que soluções glicosadas são oferecidas aos prematuros para acalmá-los. “Não é um procedimento de rotina, mas serve para os bebês muito agitados ou em casos específicos”, diz a especialista.

Maria Beatriz Linhares reconhece o efeito tranquilizante da glicose e explica ter escolhido a sacarose para o estudo seguindo uma recomendação das academias canadense e norte-americana de pediatria. “Não existem, até o momento, evidências de efeitos colaterais da substância”, diz a psicóloga. Segundo Walusa Ferri, há a suspeita de que a glicose em excesso pode causar a alteração no índice de glicemia da criança. “Mas ainda não há nada comprovado”, comenta.

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