Durante milênios os homens vêm se preocupando com os fenômenos da mente, em especial com os estados alucinatórios onde o sujeito, em surto, afirma estar em contato com deuses, espíritos ou demônios, fazendo, muitas vezes, seus semelhantes ou acreditarem nele e o venerarem, ou então, puni-lo e até mesmo eliminá-lo da sociedade por meio de banimento ou morte. Continue lendo
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Disfunção Cerebral Mínima
Foi batizado em 1962 por PAINNE o quadro que apresenta manifestações tanto na esfera neurológica quanto na psíquica, mas hoje é chamado de Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH. O “nomation não importation, porque o doenceition é o mesmeition”. Mania de gente medíocre que busca catapultar suas carreiras mudando o nome de doenças completamente descritas e caracterizadas. Continue lendo
Psicoses Exógenas
São as psicoses desencadeadas por fatores externos, tais como contusões, envelhecimento, intoxicações ou infecções do tecido nervoso e do centro límbico.
- Psicose traumática: É desencadeada por contusões no crânio com sequelas no córtex motor e lobo límbico.
- Psicose tóxica: Eliciada por intoxicações ocasionadas por agentes químicos ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele, por derrames de bilirrubina no período neonatal ou durante afecções hepáticas graves e também por intoxicações com medicamentos
- Psicose degenerativa: Psicose caracterizada pela atrofia ou degeneração do lobo límbico ocasionada por distúrbios na vascularização ou absorção de nutrientes. É comum em pessoas idosas sendo popularmente chamadas de estado de caduquice.
- Psicose infecciosa: Caracteriza-se pelo aparecimento de distúrbios psíquicos após doenças a vírus como parotidite, sarampo ou por bactérias como meningococcus, staphilococcus, streptococcus, bacilos e outros, que podem lesar o cérebro.
Os sintomas e manifestações das psicoses exógenas são os mesmos das psicoses endógenas e por isso descrevemos as mesmas de uma forma breve e sucinta.
Algo um tanto difícil para as pessoas leigas compreenderem é a diferença entre a neurose e a psicose. Pois bem, a neurose é caracterizada por distúrbios do comportamento mal adaptado cujas bases são adquiridas ou por condicionamento ou por problemas e incidentes ocorridos nas fases edipianas, enquanto a psicose difere da neurose por ser uma doença, uma síndrome na qual o comportamento não pode ser tratado pois não tem cura, quando na neurose todos os desajustes são tratáveis e curáveis.
Para melhor compreensão, vamos fazer uma grosseira analogia: o neurótico constrói seus castelos no ar, mas não habita nesses, enquanto o psicótico os constrói no ar e ainda mora dentro deles, e para eles o psicólogo ou o psiquiatra é aquele locador chato que vem cobrar o aluguel do castelo.
Outro exemplo esdrúxulo é o seguinte: numa operação matemática, para o psicótico dois mais dois é, sempre e sem sombra de dúvida, igual a cinco, enquanto para o neurótico os mesmos dois mais dois resultam sempre em quatro, mas, ele fica frustrado porque não pode ser cinco.
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Melancolia Involutiva
É um tipo de psicose que aparece após a quinta década de vida, ou mais precisamente, após os quarenta anos de idade.
Caracteriza-se por depressão constante e desestruturada, irritabilidade, ideias de menos valia e desrealização, queixas hipocondríacas, apragmatismo, anorexia, insônia e mais frequentemente, tendências ao suicídio.
Muitas mulheres, acometidas pela melancolia involutiva, apresentam histórico de puberdade e menarca tardias, geralmente acima dos quinze anos.
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Síndrome Bipolar
antigamente chamada de Psicose Maníaco Depressiva, neste tipo de psicose encontramos a mania e a depressão, geralmente juntas, mas em alguns casos, manifestam-se de forma isolada.
Tipo depressivo
Apresenta apatia, anorexia, insônia, irritabilidade, alteração senso-perceptiva e alucinações. No pensamento apresenta confusão, fluxo ideativo com delírios de menos valia ou grande valia, autoacusação, sentimento ou delírio de ruína ou perda e ainda tendências ao suicídio, pois sua personalidade fragmentada lhe infringe um sofrimento insuportável. Denota também diminuição ou até extinção da libido.
Tipo maníaco
No tipo maníaco temos a tríade formada pelo aumento do fluxo de pensamento, a psicomotricidade e do humor. Acomete adultos jovens com idade limite de aproximadamente trinta e cinco anos, sendo quase impossível aparecer no adolescente.
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Esquizofrenia na infância
Existe muita controvérsia a respeito da semelhança ou da forma de manifestação entre a esquizofrenia no adulto r na criança, e baseado no que vimos, anteriormente, vamos enfocar apenas o essencial sobre a esquizofrenia infantil:
a) etiologia – as causas são, da mesma forma que nas manifestações nos adultos, genéticas e herdadas cromossomicamente;
b) diagnóstico – os critérios não se acham bem definidos, um dos critérios utilizados é o de Lauretta BENDER e estabelece que a criança esquizofrênica é regressiva, retardada, bloqueada, inibida, muda, autista, retraída, fisicamente astênica, insociável e incapaz de relacionar-se, enquanto outras apresentam exatamente o oposto;
c) prognóstico – é sempre reservado, pois, depende do tempo de início, da forma da instalação e outros fatores.
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Esquizofrenia
O conceito de esquizofrenia é utilizado, hoje em dia, como uma doença, quando na verdade ele foi designado para dar nome a um quadro onde existiam certos comportamentos bizarros ou relativamente fora dos padrões sociais e culturalmente aceitos.
Embora o conceito seja amplamente discutido, os especialistas são unânimes em enquadrar como esquizoides ou esquizofrênicos os indivíduos que apresentam insociabilidade, inadaptação, autodestruição impulsiva, emotividade imatura, distorção e retraimento nas relações interpessoais e em casos mais graves, alucinações e delírios.
O quadro que hoje, designamos por esquizofrenia, foi reconhecido em 1848 por John CONOLLY, no “Hanwell Asylum” da Inglaterra, o qual afirmou em suas “Crooniam Lectures” o seguinte e textualmente traduzido:
“Os jovens, com certa frequência, mergulham em um estado que, até certo ponto, assemelha-se à melancolia, sem que possa discernir qualquer causa de tristeza e, certamente, sem que haja qualquer mágoa específica; tornam-se indolentes ou prosseguem em suas ocupações ou recreações habituais mecanicamente e sem interesse; o intelecto, as feições, as paixões parecem inativos ou amortecidos e os pacientes acabam profundamente apáticos.”
Embora CONOLLY tenha feito a observação e o registro, foi apenas Eugene BLEULER quem, em 1911, designou para este quadro o termo esquizofrenia que significa divisão da mente
Epidemiologia
Através de estudos de MISHLER e SCOTH temos, estatisticamente, a comprovação de que esquizofrenia é a mais incidente das psicoses, pois 0,3% da população mundial pode estar sofrendo desta perturbação. A qualquer momento, 0,15% têm probabilidade de vir a sofrer desta patologia e 0,02% podem estar sendo internados, em virtude deste acometimento.
Etiologia
Como já discorremos anteriormente, a esquizofrenia é determinada por genes alelos autossômicos e recessivos, transmitindo-se de geração em geração, através do código genético.
Instalação da esquizofrenia
A idade de aparecimento vai desde o final da infância até a meia-idade, embora a maior incidência esteja entre o final da adolescência e o começo da idade adulta.
Tipos de esquizofrenia
a) tipos simples – neste tipo as perturbações estão ao nível de interesse, emoção e atividade, as alucinações são raras e passageiras, a instalação é gradual e assume a forma de empobrecimento da personalidade;
b) tipo hebefrênico – no tipo hebefrênico há uma regressão à personalidade infantil, o indivíduo passa a agir e a se portar como criança;
c) tipo catatônico – compreende 5% das esquizofrenias, caracteriza-se por estados de rigidez muscular total, apatia e indiferença social e ambiental;
d) tipo paranóide – no tipo paranóide, os sintomas mais evidentes são as alucinações e os delírios, as perturbações da associação e de afeto, lado a lado com o negativismo, o delírio de perseguição é o tipo mais encontrado na esquizofrenia paranóide.
Psicopatologia
Na esquizofrenia existem alterações específicas de estruturas mentais como afeto, atenção, pensamento e comunicação, percepção, impulso e ação e apresenta ainda certas formas adicionadas como ambivalência, negativismo e sugestividade:
a) distúrbios de afeto – na esquizofrenia há um embotamento dos sentimentos mais refinados e um insidioso e progressivo estreitamento de interesses;
b) atenção – o distúrbio de atenção na esquizofrenia é resultado do gradual desinteresse que toma conta do sujeito na evolução do quadro esquizofrênico, a energia dispensada aos interesses é agora difusa e por isso não há mais atenção;
c) pensamento e comunicação – normalmente, a acepção e associação de ideias seguem uma ordem lógica, mas no esquizofrênico não existe acepção de forma ordenada, decorrendo daí a recepção de várias ideias ao mesmo tempo, devido a isso, suas associações são prejudicadas e, em consequência, a elaboração de respostas e toda a comunicação ficam alterados;
d) percepção – na criança esquizofrênica ou nos pacientes em primeiro estágio da doença, os estímulos auditivos e visuais sensibilizam grandemente, enquanto nos casos profundos ou crônicos existe uma indiferença aos estímulos ambientais;
e) impulso e ação – as atividades impulsivas do esquizofrênico derivam em grande parte de uma carência de integração, de associação, afetos e desejos com a existência de objetivos incompatíveis, e com frequências mutáveis;
f) ambivalência – pode se manifestar através de uma mescla instável de amor e ódio, com variações de afeições e ódio, levando as vezes, a episódios impulsivos, existem certos casos em que os impulsos de morte, geralmente imperceptíveis, levam o paciente ao suicídio ou a um homicídio, a automutilação impulsiva é um tanto comum, especialmente, no caso de atividades masturbatórias do sujeito;
g) anergia – constitui-se na abstenção espontânea de atividade, é uma deterioração nos hábitos e pode ser considerada como uma retirada do mundo que ele, esquizofrênico, renuncia;
h) negativismo e sugestibilidade – o negativismo é uma das formas que o esquizóide utiliza para hostilizar o ambiente, negando-se, antagonicamente, a fazer aquilo que as pessoas esperam dele, a sugestibilidade embora em alguns casos se manifesta de maneira oposta ao negativismo, tem o mesmo objetivo e caracteriza-se por uma forma de copiar ou representar situações tais como repetições ou remedeios de atos de pessoas objetivando hostilizar ou chamar a atenção sobre si.
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Neurose Histérica
A neurose histérica é a mais complexa e difícil de se diagnosticar e tratar, acometendo cinco mulheres para cada homem e pode ser fruto da repressão sexual no estágio paterno do complexo de Édipo.
A designação histérica vem do grego, pois, hysteron traduz-se por útero e como esta patia foi percebida entre as mulheres gregas já naqueles tempos, deu-se esta denominação para o quadro de sintomas peculiares apresentados por um grande número de mulheres daquela época.
Os gregos acreditavam que as mulheres acometidas por esta doença possuíam um útero com longos tentáculos, iguais a um polvo, capazes de alcançar o cérebro e perturbarem a personalidade.
Na neurose histérica encontramos dois grupos com sintomas característicos: neurose histérica conversiva e neurose histérica dissociativa.
Neurose histérica conversiva
Apresenta em seu bojo sintomatológico a negação, repressão, deslocamento, identificação e simbolização e caracteriza-se pela necessidade do neurótico em chamar a atenção sobre si, de seduzir, de vislumbrar e de conquistar a piedade dos outros, usando para isso, doenças com utilização de órgãos alvo, usa de comportamentos frágeis e delicados para atrair os outros.
Neurose histérica dissociativa
Caracteriza-se por uma crise sintomática composta, basicamente, de dupla personalidade, sonambulismo, escrita automática ou psicografia, transe mediúnico e evidenciando-se a projeção da personalidade que lhe é frustrante, em outra que agrade o indivíduo, a qual utiliza em lugar daquela que lhe é fonte de angústia e de ansiedade.
Para melhor ilustrar esta patia, vamos utilizar um exemplo clássico: “Um indivíduo lutou grande parte de sua vida para conseguir graduar-se médico e não conseguiu. Sua personalidade própria não lhe agrada pois ela é de um perdedor, de uma pessoa que não conseguiu seu intento e, para aliviar esta ansiedade, ele assume a postura de personalidade de um médico, começa a projetar-se em uma personalidade dissociada na qual ele pode satisfazer o desejo de um dia ter se graduado médico, surgindo, com isso, o transe mediúnico, comumente chamado de incorporação do espírito de médicos do passado, como o polêmico doutor FRITZ.” A etiologia está vinculada ao Édipo e à imaturidade da personalidade.
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Neurose Histérica
A neurose histérica é a mais complexa e difícil de se diagnosticar e tratar, acometendo cinco mulheres para cada homem e pode ser fruto da repressão sexual no estágio paterno do complexo de Édipo.
A designação histérica vem do grego, pois, hysteron traduz-se por útero e como esta patia foi percebida entre as mulheres gregas já naqueles tempos, deu-se esta denominação para o quadro de sintomas peculiares apresentados por um grande número de mulheres daquela época.
Os gregos acreditavam que as mulheres acometidas por esta doença possuíam um útero com longos tentáculos, iguais a um polvo, capazes de alcançar o cérebro e perturbarem a personalidade.
Na neurose histérica encontramos dois grupos com sintomas característicos: neurose histérica conversiva e neurose histérica dissociativa.
Neurose histérica conversiva
Apresenta em seu bojo sintomatológico a negação, repressão, deslocamento, identificação e simbolização e caracteriza-se pela necessidade do neurótico em chamar a atenção sobre si, de seduzir, de vislumbrar e de conquistar a piedade dos outros, usando para isso, doenças com utilização de órgãos alvo, usa de comportamentos frágeis e delicados para atrair os outros.
Neurose histérica dissociativa
Caracteriza-se por uma crise sintomática composta, basicamente, de dupla personalidade, sonambulismo, escrita automática ou psicografia, transe mediúnico e evidenciando-se a projeção da personalidade que lhe é frustrante, em outra que agrade o indivíduo, a qual utiliza em lugar daquela que lhe é fonte de angústia e de ansiedade.
Para melhor ilustrar esta patia, vamos utilizar um exemplo clássico: “Um indivíduo lutou grande parte de sua vida para conseguir graduar-se médico e não conseguiu. Sua personalidade própria não lhe agrada pois ela é de um perdedor, de uma pessoa que não conseguiu seu intento e, para aliviar esta ansiedade, ele assume a postura de personalidade de um médico, começa a projetar-se em uma personalidade dissociada na qual ele pode satisfazer o desejo de um dia ter se graduado médico, surgindo, com isso, o transe mediúnico, comumente chamado de incorporação do espírito de médicos do passado, como o polêmico doutor FRITZ.” A etiologia está vinculada ao Édipo e à imaturidade da personalidade.
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Neurose Obsessivo-Compulsiva
Neurose caracterizada por ideações irracionais impostas ao consciente ou então constituídas de atos ritualísticos.
Obsessão é processo ideativo persistente e irreal, imposto ao consciente contra a vontade do indivíduo.
A obsessão pode aparecer em forma de dúvida, de surto de horríveis tentações, de obsessão de responsabilidade ou de repetições obsessivas.
Na forma de dúvidas, o indivíduo não confia nem em sua percepção, nem em sua memória.
Na forma de surto de horríveis tentações, estabelece todo um conflito em cima de um fato irreal e, montado nele, organiza atos ritualísticos para se livrar das ideias obsessivas que o atormentam. Um exemplo clássico deste tipo de obsessão é a superstição e seus rituais, os talismãs e adorações.
Na forma de obsessão de responsabilidade, o neurótico sente-se responsável por tudo o que pode acontecer, por danos à pessoas, bens materiais e, por isso, torna-se um eterno vigilante.
Na forma de repetições obsessivas, o indivíduo repete constantemente e para si mesmo, frases ou versos musicais que expressam a ideia que o persegue.
A compulsão é o ato ritualístico dito. É o ritual organizado partindo da ideia obsessiva, deslocando o conflito para situação real ou simbólica que irá aliviar o indivíduo de sua obsessão.
Na neurose obsessivo-compulsiva existe o emprego de formação reativa, ou seja, utiliza sentimentos de complexos afetivos diametralmente opostos, atitudes contrárias, tais como o desejo de sujar-se e a preocupação com a limpeza.
Na etiologia da neurose obsessivo-compulsiva temos o padrão de personalidade, os fatores ambientais e, basicamente, o conflito eterno entre controle e descontrole.
Psicanaliticamente falando, o obsessivo-compulsivo tem superego hipertrofiado e hiper-atuante que reprime quase todos impulsos do ID.
A neurose obsessivo-compulsiva pode, além de confundir-se com a esquizofrenia, camuflar os sintomas desta.
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