Neurose ou Psiconeurose

A neurose é basicamente uma doença do comportamento mal adaptado, desajustado ou mal aprendido. É fruto de situações frustrantes vivenciadas, nas quais houve o aparecimento de ansiedade, desilusão, medo ou pavor, distúrbios somáticos ou ainda em conjunção com desordens em algum órgão ou aparelho vital.

As psiconeuroses classificam-se em seis grupos, de acordo com a sintomatologia específica e a queixa principal mais frequentemente encontrada.

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Conceito de psicopatologia

Conceitualmente, psicopatologia pode ser definido como o estudo das doenças da mente, pois psique significa mente, pathós traduz-se por doenças e logos significa estudo, sendo todos eles radicais de origem linguística grega. A psicopatologia é a base da psicologia e da psiquiatria, pois todas as doenças mentais são enquadradas de forma sistemática e agrupadas de acordo com sua etiologia, padrão de personalidade, psicodinâmica e sintomatologia.

As doenças mentais se dividem em três grupos: psiconeurose, psicoses e psicopatias.

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A teoria do Complexo de Édipo de Sigmund Freud

A Teoria do Complexo de Édipo preconiza que a personalidade evolui em forma de fases ou estágios e, ainda teoria, que a personalidade tem três estruturas psíquicas. As estruturas são o ID, o EGO e o SUPEREGO, e os estágios são o complexo materno, o complexo de castração e o complexo paterno, respectivamente.

Ao nascer, a criança é um ser desprogramado e vazio, desprovido de aparatos de diferenciação e cognição, isso segundo a teoria de FREUD. Seus desejos são instintivos, a fome, o frio, o calor, a dor e a irritabilidade frente à agressões são comunicados de uma única forma, a qual a criança já nasce sabendo fazer, chorando.

Esta é a primeira fase do complexo materno, onde a criança reage apenas aos desconfortos físicos e cinestésicos, não discriminando pai, mãe, tio, avô, avó e outros. Ela nasce apenas com uma carga de impulsos biológicos, o ID. Aos poucos o bebê começa a discriminar os traços físicos da mãe e diferenciá-los dos outros e neste momento instala-se a relação bi-pessoal, onde a criança sente que a mãe é seu único meio de obtenção de prazer e também se acha o único objeto de prazer da mãe e, não tem pai, irmãos, ninguém mais. Esta etapa do complexo materno é denominada célula narcísica e aqui o ID emite os impulsos e estes são satisfeitos pela mãe.

Aos poucos, a criança começa a perceber que ela não é a única na vida da mãe, começa a perceber que tem pai e que a mãe também lhe dá atenção. No início a criança reage, mas acaba se conformando com a competição e passa para o segundo estágio. Nesta etapa do complexo materno, inicia-se a formação do ego, a formação da capacidade de decidir e executar por si mesmo as demandas do ID.

Se, ao reagir à competição pelo amor materno, os pais não mantiverem seu lugar no relacionamento e o competidor se afastar e deixar continuar o funcionamento da célula narcísica, o ego em formação se fragmentará dando, segundo a teoria, origem às psicoses. Mas, se a criança aceitou as regras da triangulação e consegue abandonar a célula narcísica, ela entra então no estágio do complexo de castração.

No complexo de castração, a criança aprenderá o não e introjetará os limites, sendo que isto já se iniciou com o abandono do complexo materno. Se a criança obtiver aprovação integral em tudo o que fizer, certo ou errado, por parte dos pais, ela não terá o senso interno, o senso de justiça, de propriedade e de lei. Pensará que tudo lhe pertence, pessoas e objetos. Que tudo ela pode fazer e tudo o que fizer está correto, e, se isto acontecer, instala-se, segundo as concepções da linha psicanalítica, a psicopatia, a mais grave das doenças mentais, pois, não tem cura, medicamento ou terapia e o resultado, geralmente, são crimes de furto, homicídios, latrocínios, violência sexual e muitas outras atrocidades.

Mas, se os pais impuserem os limites, o não, o certo, o errado, a lei, começará a se formar o sensor interno, o superego que tem por função, regular as demandas do ID e as possibilidades éticas, morais e legais de sua execução por parte do ego. Se isto acontecer, a criança entra no terceiro, último e mais doloroso complexo, o complexo paterno.

Após ter superado a frustração de entrarem outras pessoas na relação objetal com a mãe, após haver tolerado todos os nãos, não faça isso; isso não pode; é proibido; e muitas outras negativas limitantes, a criança agora terá ainda de suportar a frustração de, ao encontrar seu objeto de amor do sexo oposto, identificar-se com o genitor do próprio sexo para atrair o genitor do sexo oposto, terá de abandoná-lo e partir em busca de outro que não seja seu pai e sua mãe.

No complexo paterno consolida-se a identificação sexual e a criança começa a interessar-se pelos integrantes do sexo oposto, passando a copiar ou imitar o pai ou a mãe para atrair seu objeto de amor heterossexual ou mais precisamente: uma menina se apaixona pelo pai e para atraí-lo, utiliza o batom da mãe, calça o sapato da mãe, veste a roupa da mãe e imita os comportamentos e atitudes da mãe para conquistar o amor do pai. Se o genitor do mesmo sexo rivaliza a relação e começa a competir com a criança em seu amor incestuoso, ele estará reforçando a situação e dificultando a saída da criança do complexo de Édipo.

No complexo paterno a menina, por exemplo, ama o pai mas teme a hostilidade e o castigo da mãe e se houver ameaças concretas disso, pode surgir o pânico e o medo excessivo e instalar-se aqui a neurose fóbica que será projetada ou simbolizada em algum objeto, situação ou animal. Se houver a rivalização e o castigo é imposto pela mãe à filha, pode surgir daí a neurose histérica.

Quando a criança se apercebe que a mãe é do pai ou que o pai é da mãe e ela tem que procurar um parceiro, sai do complexo de Édipo, levando consigo um resquício inconsciente da paixão incestuosa que experimentou na infância, o ciúme que é o resultado da frustração pela rivalidade do genitor do mesmo sexo, ou seja, aquele desejo de menina de que a mãe lhe desse o pai e por isso ela hostilizava a mãe, transforma-se no ciúme que poderá ser mais ou menos intenso, dependendo do grau de frustração enfrentado pela criança na perda do seu amor incestuoso pelo pai ou pela mãe.

A teoria de FREUD explica, hipoteticamente, grande parte da formação da personalidade e suas patias, especialmente os distúrbios neuróticos onde encontramos falhas no aprendizado do comportamento, mas não explica corretamente as psicoses endógenas, como veremos adiante, neste capítulo.

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Um pouco de história

Durante milênios os homens vêm se preocupando com os fenômenos da mente, em especial com os estados alucinatórios onde o sujeito, em surto, afirma estar em contato com deuses, espíritos ou demônios, fazendo, muitas vezes, seus semelhantes ou acreditarem nele e o venerarem, ou então, puni-lo e até mesmo eliminá-lo da sociedade por meio de banimento ou morte. Continue lendo

Disfunção Cerebral Mínima

Foi batizado em 1962 por PAINNE o quadro que apresenta manifestações tanto na esfera neurológica quanto na psíquica, mas hoje é chamado de Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH. O “nomation não importation, porque o doenceition é o mesmeition”. Mania de gente medíocre que busca catapultar suas carreiras mudando o nome de doenças completamente descritas e caracterizadas. Continue lendo

Psicoses Exógenas

São as psicoses desencadeadas por fatores externos, tais como contusões, envelhecimento, intoxicações ou infecções do tecido nervoso e do centro límbico.

  • Psicose traumática: É desencadeada por contusões no crânio com sequelas no córtex motor e lobo límbico.
  • Psicose tóxica: Eliciada por intoxicações ocasionadas por agentes químicos ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele, por derrames de bilirrubina no período neonatal ou durante afecções hepáticas graves e também por intoxicações com medicamentos
  • Psicose degenerativa: Psicose caracterizada pela atrofia ou degeneração do lobo límbico ocasionada por distúrbios na vascularização ou absorção de nutrientes. É comum em pessoas idosas sendo popularmente chamadas de estado de caduquice.
  • Psicose infecciosa: Caracteriza-se pelo aparecimento de distúrbios psíquicos após doenças a vírus como parotidite, sarampo ou por bactérias como meningococcus, staphilococcus, streptococcus, bacilos e outros, que podem lesar o cérebro.

Os sintomas e manifestações das psicoses exógenas são os mesmos das psicoses endógenas e por isso descrevemos as mesmas de uma forma breve e sucinta.

Algo um tanto difícil para as pessoas leigas compreenderem é a diferença entre a neurose e a psicose. Pois bem, a neurose é caracterizada por distúrbios do comportamento mal adaptado cujas bases são adquiridas ou por condicionamento ou por problemas e incidentes ocorridos nas fases edipianas, enquanto a psicose difere da neurose por ser uma doença, uma síndrome na qual o comportamento não pode ser tratado pois não tem cura, quando na neurose todos os desajustes são tratáveis e curáveis.

Para melhor compreensão, vamos fazer uma grosseira analogia: o neurótico constrói seus castelos no ar, mas não habita nesses, enquanto o psicótico os constrói no ar e ainda mora dentro deles, e para eles o psicólogo ou o psiquiatra é aquele locador chato que vem cobrar o aluguel do castelo.

Outro exemplo esdrúxulo é o seguinte: numa operação matemática, para o psicótico dois mais dois é, sempre e sem sombra de dúvida, igual a cinco, enquanto para o neurótico os mesmos dois mais dois resultam sempre em quatro, mas, ele fica frustrado porque não pode ser cinco.

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Melancolia Involutiva

É um tipo de psicose que aparece após a quinta década de vida, ou mais precisamente, após os quarenta anos de idade.
Caracteriza-se por depressão constante e desestruturada, irritabilidade, ideias de menos valia e desrealização, queixas hipocondríacas, apragmatismo, anorexia, insônia e mais frequentemente, tendências ao suicídio.

Muitas mulheres, acometidas pela melancolia involutiva, apresentam histórico de puberdade e menarca tardias, geralmente acima dos quinze anos.

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Síndrome Bipolar

antigamente chamada de Psicose Maníaco Depressiva, neste tipo de psicose encontramos a mania e a depressão, geralmente juntas, mas em alguns casos, manifestam-se de forma isolada.

Tipo depressivo
Apresenta apatia, anorexia, insônia, irritabilidade, alteração senso-perceptiva e alucinações. No pensamento apresenta confusão, fluxo ideativo com delírios de menos valia ou grande valia, autoacusação, sentimento ou delírio de ruína ou perda e ainda tendências ao suicídio, pois sua personalidade fragmentada lhe infringe um sofrimento insuportável. Denota também diminuição ou até extinção da libido.

Tipo maníaco
No tipo maníaco temos a tríade formada pelo aumento do fluxo de pensamento, a psicomotricidade e do humor. Acomete adultos jovens com idade limite de aproximadamente trinta e cinco anos, sendo quase impossível aparecer no adolescente.

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Esquizofrenia na infância

Existe muita controvérsia a respeito da semelhança ou da forma de manifestação entre a esquizofrenia no adulto r na criança, e baseado no que vimos, anteriormente, vamos enfocar apenas o essencial sobre a esquizofrenia infantil:
a) etiologia – as causas são, da mesma forma que nas manifestações nos adultos, genéticas e herdadas cromossomicamente;
b) diagnóstico – os critérios não se acham bem definidos, um dos critérios utilizados é o de Lauretta BENDER e estabelece que a criança esquizofrênica é regressiva, retardada, bloqueada, inibida, muda, autista, retraída, fisicamente astênica, insociável e incapaz de relacionar-se, enquanto outras apresentam exatamente o oposto;
c) prognóstico – é sempre reservado, pois, depende do tempo de início, da forma da instalação e outros fatores.

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